De Truman Capote a Daniela Arbex: grandes jornalistas que deixam um forte e importante legado para o Jornalismo Literário
Se tem algo que é (praticamente) consenso entre jornalistas é a apreciação pela leitura. Mas não estamos falando de qualquer livro! Existem livros indispensáveis para a nossa formação enquanto profissionais, e são verdadeiros diamantes para o nosso cérebro e vida, nos fazendo reconhecer o mundo e a realidade que nos cerca.
Geralmente, esses livros também são escritos por jornalistas. Portanto, neste Dia do Jornalista nada mais justo do que reunir em uma lista algumas dessas obras que foram escritos por grandes nomes do jornalismo.
A Sangue Frio, de Truman Capote
É impossível falar sobre livro-reportagem e não citar A Sangue Frio, de Truman Capote. Nesse romance de não-ficção, Capote fala sobre um crime brutal acontecido no Kansas. Ele acompanhou o caso de perto, conversou com os assassinos, com os vizinhos e familiares das vítimas, buscou os detalhes e todas as suas relações.
A obra, que na época era para ser apenas uma reportagem dividida em quatro partes para o The New Yorker, se tornou um dos romances de não-ficção mais conhecidos e famosos.
Chatô — O Rei do Brasil, de Fernando Morais
Chatô, obra de Fernando de Morais, conta a história da imprensa no século XX ao narrar também a vida do magnata Assis Chateaubriand, um grande empresário do ramo de comunicação do Brasil.
Chatô foi o responsável pela criação do jornal O Cruzeiro e a fundação do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Além disso, abriu caminho para a modernização da mídia no país. O livro tem 736 páginas, mas vale a pena por toda história e informação que carrega.
Holocausto brasileiro, Daniela Arbex
É impossível fazer uma lista com livros-reportagens e grandes jornalistas, e não citar a Daniela Arbex e suas obras.
Holocausto brasileiro foi o título escolhido para representar a jornalista mineira, mas há muitos outros e todos são referência em qualidade, riqueza de informações e sensibilidade ao retratar momentos tão difíceis da nossa história.
No caso dessa obra, a autora fala sobre o genocídio que matou mais de 60 mil pessoas no maior hospício do Brasil, o Hospital Colônia, localizado em Barbacena – MG, fundado em 1903 e fechado na década de 80. Por meio das palavras da jornalista, somos levados para um show de horrores que mistura maus-tratos, encarceramento e descaso. Apesar de ser uma leitura difícil, é altamente recomendável!
Hiroshima, de John Hersey
Nesta obra, John Hersey nos apresenta a vida de sete personagens, antes e depois das bombas de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Conhecemos as consequências e as sequelas que o ataque deixou na vida dessas pessoas. É um livro rico em detalhes e muito comovente. Hersey dá um verdadeiro show no jornalismo literário.
Rota 66 – A História da Polícia que Mata, de Caco Barcellos
Encerramos com mais um jornalista brasileiro, muito conhecido e respeitado. Rota 66 – A História da Polícia que Mata mostra uma realidade dura e revoltante sobre o trabalho da PM de São Paulo entre os anos de 70 e 90, quando o “esquadrão da morte oficial” foi denunciado por milhares de assassinatos de pessoas inocentes.